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Tipo do documento: Dissertação
Título: Saúde mental e estratégias de enfrentamento de universitários no contexto da pandemia de Covid-19
Título(s) alternativo(s): Mental health and coping strategies for university students in the context of the covid 19 pandemic
Autor: Carvalho, Carla Jesus de 
Primeiro orientador: Silveira, Maria de Fátima de Araújo
Primeiro membro da banca: Silva, Josevânia da
Segundo membro da banca: Araújo, Ludgleydson Fernandes de
Resumo: A pandemia de Covid-19 é apontada como o desastre natural biológico mais importante da história mundial recente. São inúmeras e significativas as suas consequências, não só em virtude do quantitativo de mortes e do impacto social e econômico, mas também pelos danos psicológicos que podem afetar sobremaneira a saúde mental e exceder a capacidade de enfrentamento de pessoas e grupos, principalmente daqueles que já apresentavam vulnerabilidades psicossociais anteriores ao evento, como é o caso dos estudantes universitários. A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar a saúde mental e as estratégias de enfrentamento adotadas por estudantes universitários acompanhados pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) do Campus III, da UFPB, no contexto de Covid-19. Trata-se de dois estudos empíricos, um de caráter qualitativo e outro, quantitativo. Neste último, objetivou-se investigar a prevalência de sintomas de ansiedade, depressão e estresse e o emprego de estratégias de enfrentamento pelos universitários, no contexto pandêmico. Para tanto, foi realizada uma pesquisa online com aplicação de três instrumentos (Dados sociodemográficos; Escala de Ansiedade, Depressão e Estresse; e o Brief-COPE). Os dados foram processados por meio do programa SPSS. Participaram 220 estudantes com faixa etária entre 18 e 46 anos (M=23,41; DP=3,90). A prevalência de sintomas de ansiedade, depressão e estresse foi de 53,64%, 54,55% e 51,36%, respectivamente. Os resultados apontam que tais níveis são mais elevados do que aqueles identificados na população geral brasileira. Além disso, as estudantes do sexo feminino apresentaram, com diferenças significativas, maiores indicadores de sofrimento psíquico. Considerando as estratégias de enfrentamento, as mais utilizadas foram aceitação, autodistração, planejamento e reinterpretação positiva. Os modos de enfrentamento que estiveram significativamente associados a maiores escores de sofrimento psíquico foram uso de substâncias psicoativas e negacionismo/distorção. Já dedicação a outras atividades e ressignificação foram modos atrelados ao enfrentamento emocional positivo e a comportamentos proativos. Por fim, os achados atestam que os universitários do sexo masculino investiram mais em estratégias de enfrentamento que os auxiliaram na ressignificação do contexto pandêmico, o que, por sua vez, esteve correlacionado com menores escores de sintomas depressivos. O estudo qualitativo visou caracterizar as repercussões psicoemocionais, os principais estressores e as estratégias de enfrentamento utilizadas por alunos acompanhados pela assistência estudantil da referida universidade. Além disso, buscou-se investigar quais as dificuldades preponderantes frente às mudanças advindas com a implantação do ensino remoto. A amostra foi constituída por 15 discentes, com idades entre 20 e 28 anos. Utilizou-se a entrevista semiestruturada e a análise temática de conteúdo, proposta por Bardin. A partir das entrevistas, estabeleceu-se 3 categorias e 6 subcategorias, que foram constituídas por 630 recortes de falas. A totalidade dos universitários apresentou, em diferentes intensidades, repercussões psicoemocionais após a adoção do ensino remoto e das medidas restritivas decorrentes da pandemia de Covid-19. Medo e ansiedade figuraram como emoções prevalentes. Verificou-se acentuado agravamento do adoecimento psíquico de discentes que já apresentavam diagnóstico psiquiátrico anterior. Dentre os principais índices estressores, destacaram-se a mudança brusca da rotina e o afastamento da rede socioafetiva. Questões de ordem econômica envolvendo, inclusive, situações de insegurança alimentar também foram mencionadas. A maioria dos estudantes avaliou negativamente o ensino remoto e apontou diversos empecilhos à adaptação deste novo sistema como, por exemplo, comprometimento do desempenho e da aprendizagem, falta de preparo de professores e alunos para o manejo de tecnologias e ambientes virtuais e dificuldade de acesso a computadores e à conexão de internet de boa qualidade. Eles afirmaram que receber auxílio estudantil, durante a pandemia, influiu positivamente na permanência na universidade. Quanto ao enfrentamento adotado para responder aos desafios desencadeados por este novo contexto, os universitários recorreram tanto a estratégias focadas no problema quanto as com foco na emoção. Com base nestes resultados, é possível concluir que o contexto da pandemia e do ensino remoto repercutiram negativamente e de modo indubitável nas vivências e na saúde mental dos estudantes em vulnerabilidade socioeconômica acompanhados pelo PNAES. Tais dados poderão fornecer subsídios para o desenho e implementação de políticas públicas eficazes na promoção e atenção à saúde mental durante e após situações de emergências e desastres humanitários, tanto no âmbito da política pública de assistência estudantil como também do Sistema Único de Saúde, ampliando assim, as discussões acerca da intersetorialidade e do direito à saúde, à assistência estudantil e a condições dignas de existência.
Abstract: The Covid-19 pandemic is hailed as the most important biological natural disaster in recent world history. The consequences are numerous and significant, not only because of the number of deaths and the social and economic impact, but also because of the psychological damage that can greatly affect mental health and exceed the coping capacity of people and groups, especially those who already had psychosocial vulnerabilities prior to the event. This research aims to analyze the mental health and coping strategies adopted by university students followed by the National Student Assistance Program (PNAES) of Campus III, UFPB, in the context of Covid-19. These are two empirical studies, one qualitative and the other quantitative. In the last one, the objective was to investigate the prevalence of symptoms of anxiety, depression and stress and the use of coping strategies by university students in the pandemic context. To this end, an online survey was conducted using three instruments (Sociodemographic data; Anxiety, Depression and Stress Scale; and the Brief-COPE). Data were analyzed using the SPSS program and 220 students aged between 18 and 46 years (M=23.41; SD=3.90) participated. The prevalence of anxiety, depression and stress was 53.64%, 54.55% and 51.36%, respectively. The results indicate that such levels are higher than those identified in the general Brazilian population. In addition, female students presented higher indicators of psychological distress. Considering the coping strategies, the most used were acceptance, self-distraction, planning and positive reinterpretation. The ways of coping that were significantly associated with higher psychological distress scores were the use of psychoactive substances and denial/distortion. Dedication to other activities and resignification were ways linked to positive emotional coping and proactive behaviors. Finally, the findings attest that male university students invested more in coping strategies that helped them to reframe the pandemic context, which was correlated with lower scores of depressive symptoms. The qualitative study aimed to characterize the psycho-emotional repercussions, the main stressors and the coping strategies used by students accompanied by student assistance at that university. In addition, we sought to investigate the preponderant difficulties facing the changes arising from the implementation of remote learning. The sample consisted of 15 students, aged between 20 and 28 years. Semi-structured interviews and thematic content analysis proposed by Bardin were used. From the interviews, 3 categories and 6 subcategories were established, which were constituted by 584 excerpts of speeches. All university students presented, in different intensities, psycho-emotional repercussions after the adoption of remote learning and the restrictive measures resulting from the Covid-19 pandemic. Fear and anxiety figured as prevalent emotions. There was a marked worsening of the mental illness of students who already had a previous psychiatric diagnosis. Among the main stressing indices, the sudden change in routine and withdrawal from the socio-affective network stood out. Economic issues involving even food insecurity situations were also mentioned. Most students negatively evaluated remote learning and pointed out several obstacles to the adaptation of this new system, such as compromised performance and learning, lack of preparation of teachers and students dealing with management of technologies and virtual environments and difficulty in accessing computers and good internet connection. They stated that receiving student aid during the pandemic positively influenced their permanence at university. As for the coping adopted to respond to the challenges triggered by this new context, the university students resorted to both problem-focused and emotion-focused strategies. Based on these results, it is possible to conclude that the context of the pandemic and remote education had unquestionably negative repercussions on the experiences and mental health of students in socioeconomic vulnerability accompanied by the PNAES. Such data may provide subsidies for the design and implementation of effective public policies in the promotion and care of mental health during and after situations of humanitarian emergencies and disasters, both within the scope of public policy on student assistance and also within the Unified Health System, thus expanding, discussions about intersectionality and the right to health, student assistance and decent living conditions.
Palavras-chave: Saúde mental
Estudantes universitários
Covid-19
Assistência estudantil
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Estadual da Paraíba
Sigla da instituição: UEPB
Departamento: Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Programa: Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde - PPGPS
Citação: CARVALHO, Carla Jesus de. Saúde mental e estratégias de enfrentamento de universitários no contexto da pandemia de COVID-19. 2021. 95p. Dissertação (Mestrado em Psicologia da Saúde) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande.
Tipo de acesso: Acesso Embargado
URI: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3965
Data de defesa: 1-Out-2021
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