@MASTERSTHESIS{ 2021:142916386, title = {Saúde mental e estratégias de enfrentamento de universitários no contexto da pandemia de Covid-19}, year = {2021}, url = "http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3965", abstract = "A pandemia de Covid-19 é apontada como o desastre natural biológico mais importante da história mundial recente. São inúmeras e significativas as suas consequências, não só em virtude do quantitativo de mortes e do impacto social e econômico, mas também pelos danos psicológicos que podem afetar sobremaneira a saúde mental e exceder a capacidade de enfrentamento de pessoas e grupos, principalmente daqueles que já apresentavam vulnerabilidades psicossociais anteriores ao evento, como é o caso dos estudantes universitários. A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar a saúde mental e as estratégias de enfrentamento adotadas por estudantes universitários acompanhados pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) do Campus III, da UFPB, no contexto de Covid-19. Trata-se de dois estudos empíricos, um de caráter qualitativo e outro, quantitativo. Neste último, objetivou-se investigar a prevalência de sintomas de ansiedade, depressão e estresse e o emprego de estratégias de enfrentamento pelos universitários, no contexto pandêmico. Para tanto, foi realizada uma pesquisa online com aplicação de três instrumentos (Dados sociodemográficos; Escala de Ansiedade, Depressão e Estresse; e o Brief-COPE). Os dados foram processados por meio do programa SPSS. Participaram 220 estudantes com faixa etária entre 18 e 46 anos (M=23,41; DP=3,90). A prevalência de sintomas de ansiedade, depressão e estresse foi de 53,64%, 54,55% e 51,36%, respectivamente. Os resultados apontam que tais níveis são mais elevados do que aqueles identificados na população geral brasileira. Além disso, as estudantes do sexo feminino apresentaram, com diferenças significativas, maiores indicadores de sofrimento psíquico. Considerando as estratégias de enfrentamento, as mais utilizadas foram aceitação, autodistração, planejamento e reinterpretação positiva. Os modos de enfrentamento que estiveram significativamente associados a maiores escores de sofrimento psíquico foram uso de substâncias psicoativas e negacionismo/distorção. Já dedicação a outras atividades e ressignificação foram modos atrelados ao enfrentamento emocional positivo e a comportamentos proativos. Por fim, os achados atestam que os universitários do sexo masculino investiram mais em estratégias de enfrentamento que os auxiliaram na ressignificação do contexto pandêmico, o que, por sua vez, esteve correlacionado com menores escores de sintomas depressivos. O estudo qualitativo visou caracterizar as repercussões psicoemocionais, os principais estressores e as estratégias de enfrentamento utilizadas por alunos acompanhados pela assistência estudantil da referida universidade. Além disso, buscou-se investigar quais as dificuldades preponderantes frente às mudanças advindas com a implantação do ensino remoto. A amostra foi constituída por 15 discentes, com idades entre 20 e 28 anos. Utilizou-se a entrevista semiestruturada e a análise temática de conteúdo, proposta por Bardin. A partir das entrevistas, estabeleceu-se 3 categorias e 6 subcategorias, que foram constituídas por 630 recortes de falas. A totalidade dos universitários apresentou, em diferentes intensidades, repercussões psicoemocionais após a adoção do ensino remoto e das medidas restritivas decorrentes da pandemia de Covid-19. Medo e ansiedade figuraram como emoções prevalentes. Verificou-se acentuado agravamento do adoecimento psíquico de discentes que já apresentavam diagnóstico psiquiátrico anterior. Dentre os principais índices estressores, destacaram-se a mudança brusca da rotina e o afastamento da rede socioafetiva. Questões de ordem econômica envolvendo, inclusive, situações de insegurança alimentar também foram mencionadas. A maioria dos estudantes avaliou negativamente o ensino remoto e apontou diversos empecilhos à adaptação deste novo sistema como, por exemplo, comprometimento do desempenho e da aprendizagem, falta de preparo de professores e alunos para o manejo de tecnologias e ambientes virtuais e dificuldade de acesso a computadores e à conexão de internet de boa qualidade. Eles afirmaram que receber auxílio estudantil, durante a pandemia, influiu positivamente na permanência na universidade. Quanto ao enfrentamento adotado para responder aos desafios desencadeados por este novo contexto, os universitários recorreram tanto a estratégias focadas no problema quanto as com foco na emoção. Com base nestes resultados, é possível concluir que o contexto da pandemia e do ensino remoto repercutiram negativamente e de modo indubitável nas vivências e na saúde mental dos estudantes em vulnerabilidade socioeconômica acompanhados pelo PNAES. Tais dados poderão fornecer subsídios para o desenho e implementação de políticas públicas eficazes na promoção e atenção à saúde mental durante e após situações de emergências e desastres humanitários, tanto no âmbito da política pública de assistência estudantil como também do Sistema Único de Saúde, ampliando assim, as discussões acerca da intersetorialidade e do direito à saúde, à assistência estudantil e a condições dignas de existência.", publisher = {Universidade Estadual da Paraíba}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde - PPGPS}, note = {Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP} }