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Tipo do documento: Tese
Título: O genocídio ruandês e as estratégias de resistência à dominação em narrativas de Scholastique Mukasonga
Autor: Gonçalves, Jéssica Pereira
Primeiro orientador: Souza, Francisca Zuleide Duarte de
Primeiro coorientador: Puga, Rogério Miguel do Deserto Rodrigues de
Resumo: Durante o Genocídio em Ruanda, ocorrido em abril de 1994, mais de 800 mil tutsis, chamados e considerados como baratas, foram assassinados brutalmente pelos hutus em cerca de 100 dias de massacre, orquestrado, muito tempo antes, por colonizadores e pessoas mentalmente colonizadas, produtos da ação nefasta de potências europeias no país. Esse contexto propiciou a autora Scholastique Mukasonga recorrer à Literatura como uma forma de prestar as honras fúnebres aos seus mortos insepultos. Escrever permitiu a perlaboração do luto interdito aos sobreviventes. Intermediado pela escrita literária, a autora narrou a memória dos que foram dizimados, emprestando-lhes a voz. A metaficção historiográfica possibilitou um caminho para a autora construir narrativas, por uma perspectiva de olhar crítico sobre o passado. Esta pesquisa, de caráter qualitativo, objetiva traçar análises das três primeiras narrativas da ruandesa traduzidas para o português e publicadas no Brasil: Baratas (2018), A mulher de pés descalços (2017) e Nossa Senhora do Nilo (2017)). A literatura foi e é utilizada pela ruandesa Mukasonga, para dizer do processo de genocídio ocorrido em Ruanda, enfatizando as personagens femininas, enfatizando as relações de dominação e de resistência estabelecidas. Para embasar nossas análises, lançamos mão de reflexões sobre Literatura, História, memória e resistência, tendo como alicerce as postulações de alguns autores, com destaque para Primo Levi (2013), (2022), Sarlo (2007), (2016) e Seligmann-Silva (2008), Candau (2011), Gomes (2011), Cortázar (2018), Figueiredo (2022) dentre outros. Ademais, para evidenciar a importância da Literatura produzida por mulheres, tomamos como base discussões propostas por autores, como Lerner (2019), Padilha (2014), Kilomba (2019), Saffioti (2015), Perrot (2017) leituras providenciais para identificação das personagens femininas, nas obras analisadas. Essas, apesar de estarem inseridas em uma conjuntura de opressão e violação de direitos, encontraram distintas e necessárias formas de resistência à dominação, em algumas situações. As narrativas de Mukasonga funcionam como um grito de denúncia contra a negação e o esquecimento, ao recorrer ao texto literário para recuperar as figuras postas à margem pelo processo de genocídio.
Abstract: During the Genocide in Rwanda, which occurred in April of 1994, more than 800 thousand tutsis that were called and considered as cockroaches were brutally murdered by the Hutus in about 100 days of slaughter, orchestrated long before by colonizers and mentally colonized people, products of the nefarious action of European powers in the country. This context provides to the author, Scholastique Mukasonga, appeals to Literature as a way to pay homage to their dead who were not buried. Writing allowed the working-through of the unsaid mourning to survivors. The author narrated the memory of those who were decimated, lending them the voice through the literary writing. The historiographic meta-fiction made possible a path where the author would build the narratives in a critical point of view about the past. This qualitative research aims to draw analyses of the first three Rwandan narratives translated into Portuguese and published in Brazil: Cockroaches (2018), The Barefoot Woman (2017), and Our Lady of the Nile (2017). Literature was and is used through the Rwandan Mukasonga to tell about the process of Genocide occurred in Rwanda. It is used to emphasize the female characters and the relations of domination and resistance established. To support our analysis, we use reflections on Literature, History, memory and resistance, based on the postulations of some authors, especially para Primo Levi (2013), (2022), Sarlo (2007), (2016) e Seligmann-Silva (2008), Candau (2011), Gomes (2011), Cortázar (2018), Figueiredo (2022) among others. In addition, in order to highlight the importance of literature produced by women, we base discussions proposed by authors such as Lerner (2019), Padilha (2014), Kilomba (2019), Saffioti (2015), Perrot (2017) the main readings to female characters identification, in the analyzed works. These, despite of being inserted in a situation of oppression and violation of rights, found different and necessary forms of resistance to domination in some situations. The narratives of Mukasonga work as a complaint scream against the denial and forgetfulness, by resorting to the literary text to recover the figures put aside by the genocide process.
Palavras-chave: Literatura
Narrativa
Genocídio
Resistência
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Estadual da Paraíba
Sigla da instituição: UEPB
Departamento: Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Programa: Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Citação: GONÇALVES, J. P. O genocídio ruandês e as estratégias de resistência à dominação em narrativas de Scholastique Mukasonga. 2024. 114 f. Tese (Doutorado em Literatura e Interculturalidade) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2024.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/5038
Data de defesa: 27-Mar-2024
Aparece nas coleções:PPGLI - Teses

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