@MASTERSTHESIS{ 2014:853336676, title = {Dialogismo e ironia na obra A mulher que escreveu a Bíblia, de Moacyr Scliar}, year = {2014}, url = "http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2582", abstract = "Este trabalho discorre sobre as relações dialógicas e a ironia que transitam entre a literatura e o universo judaico cristão presentes na narrativa de Moacyr Scliar, A mulher que escreveu a Bíblia, considerando a tradição e o judaísmo do próprio autor também como elemento de sua ficção. É importante ressaltar a menção direta que é feita por Scliar à obra O livro de J, do autor Harold Bloom, que defende a tese de que uma mulher tivesse escrito o pentateuco, ou a Torá, de acordo com a tradição judaica. A partir disso, Moacyr Scliar discorre a respeito de como esta mulher teria vivido e escrito tais livros, carnavalizando o cânone religioso e parodiando a crítica literária de Bloom.Torna-se então necessária a avaliação do intrínseco elo que une narrativa literária e modos teológicos, reconhecendo a Bíblia como obra literária composta de tramas e personagens complexos e intensos, gerando assim uma construção paródica presente não só em nosso objeto de estudo, mas inclusive no texto ao qual ele faz menção, o Tanakh. Embasados nos aportes teóricos de Mikhail Bakhtin, Gerárd Genette, Beth Brait, Miles, Hutcheon, entre outros autores, a respeito de enunciação, dialogia, carnavalização, paródia, polifonia e o humor característico de um Deus que tanto é criador quanto destruidor, procuramos elucidar a formação dos discursos e a intencionalidade de sua organização nas narrativas apresentadas, demonstrando que o caráter judaico em rir do seu próprio povo e consequentemente do seu próprio Deus está sempre presente na obra de Scliar, dando ênfase a características pertinentes ao plano literário, como por exemplo, esta ironia que assume um papel preponderante no desenrolar da trama, se mostrando enquanto elemento subversivo e transgressor que apresenta anti-heróis e o confronto de temas polêmicos como a erudição e o escracho, o sagrado e o profano, sublime e ridículo, santidade e sexualidade, e a subversão ligada sempre à figura feminina. Aliás, a mulher é vista nesta pesquisa, a partir da análise das obras citadas, como personagem essencial ao desenrolar das ações que fazem frente aos desígnios divinos. Ironicamente, tanto a narradora da obra de Scliar quanto a J de Bloom não fazem parte do círculo religioso que mais tarde consagra seus textos (a Bíblia). As imagens discursivas dos enunciados proferidos por estas mulheres trazem à tona o que há além do discurso travestido pelo mito cristão, a transcendência de vozes e as relações que unem textos, culturas e sociedades distintas.", publisher = {Universidade Estadual da Paraíba}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI}, note = {Centro de Educação - CEDUC} }