@MASTERSTHESIS{ 2001:122821413, title = {Um olhar sobe um mundo quase trevas: estudo de caso no Assentamento Imbiras II, no município de Massaranduba, onde não existe energia elétrica}, year = {2001}, url = "http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/1786", abstract = "Este trabalho objetivou estudar as condições de vida no Assentamento Imbiras II, uma comunidade rural do município de Massaranduba, no Estado da Paraíba, desapropriada pelo Incra desde 1996, e onde 64 famílias viviam sem energia elétrica, à espera de que os políticos cumprissem promessas de campanha ou de que fosse executado o projeto de eletrificação elaborado pela Companhia Energética da Borborema (Celb) desde 1998. Como vivem, o que fazem, quais as suas perspectivas para o futuro, qual a sua relação com as políticas públicas, foram algumas questões que se buscou responder, num estudo de caso feito por meio de uma pesquisa participativa, entre julho de 1998 e setembro de 2000, em que foram utilizados um formulário e entrevistas gravadas. Como ponto de partida e fio condutor para orientar as discussões teóricas, buscou se subsídio em Antonio Candido, especialmente na obra Os parceiros do Rio Bonito, uma pesquisa realizada também numa comunidade rural, por se tratar de um estudo de base sociológica e antropológica, o mesmo que se pretendia para este trabalho. A ausência de energia elétrica não impede que os habitantes tenham acesso aos meios de comunicação de massa como a televisão, que há muito é usada por muitos deles, graças ao sistema de bateria. Mas o fato de terem acesso a um veículo de grande penetração como a televisão não garante àquelas pessoas informações que podem modificar o seu cotidiano, principalmente no que diz respeito às mulheres, que em geral têm muitos filhos, não têm o hábito de ir ao médico e nenhuma noção de como se prevenir de doenças. A perspectiva de contar com a energia leva alguns dos moradores a fazer projetos para o futuro, incluindo a aquisição de equipamentos para facilitar o trabalho no campo ou de aparelhos eletrodomésticos. Embora sendo uma área desapropriada pelo Incra, a quem caberia orientar os moradores quanto ao melhor aproveitamento da terra, os assentados não têm qualquer apoio nesse sentido, não contam com assistência técnica para desenvolver a produção agrícola, e por isso não usaram a verba de custeio do Banco do Nordeste do Brasil para esse fim, empregando a na aquisição de móveis e eletrodomésticos. Os resultados não surpreendem quem tiver um olhar atento para a situação do homem do campo no Brasil, especialmente os camponenses do Nordeste. Mas mostram uma dura realidade, que angustia e que instiga a se apontarem caminhos, especialmente porque sequer o órgão responsável pela desapropriação vem cumprindo o seu papel, numa prova inequívoca de que de nada adianta tornar os camponeses proprietários se não se lhes forem oferecidas as condições necessárias para produzir e assegurar a sua cidadania.", publisher = {Universidade Estadual da Paraíba}, scholl = {Mestrado Interdisciplinar em Ciências da Sociedade}, note = {Educação, Linguagem e Cultura; Políticas Sociais} }