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Tipo do documento: Dissertação
Título: Humanização em pediatria: O que pensam os profissionais e cuidadores
Autor: Paiva, Camila Batista Nóbrega
Primeiro orientador: Barros, Sibelle Maria Martins de
Primeiro membro da banca: Silva, Josevania da
Segundo membro da banca: Avellar, Luziane Zacché
Resumo: A humanização em saúde configura-se como um processo de transformação do modelo institucional de saúde, que busca enfatizar os valores que estimulem a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a corresponsabilidade entre eles, a construção de redes de cooperação e a participação coletiva no processo de gestão. Embora tenham sido construídas políticas públicas voltadas à humanização, ainda há dificuldades na sua implementação, sobretudo pelos diversos sentidos atribuídos a este objeto social. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi apreender as representações sociais sobre humanização entre profissionais de saúde que atuam em pediatria e a percepção dos familiares acompanhantes de crianças e adolescentes internados sobre o cuidado humanizado. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa, em um hospital universitário da Paraíba, através de entrevistas semi-estruturadas com doze profissionais e doze familiares. Os resultados, analisados através da análise categorial temática, identificaram que, entre os profissionais, a humanização é representada predominantemente por ações individuais, caracterizadas por um cunho humanitarista. Evidenciou-se a polissemia do termo humanização, uma vez que possui diversos sentidos ancorados. Os principais elementos dizem respeito às questões éticas e relacionais, outros, menos expressivos, relacionam-se a aspectos científicos, da própria política e do SUS. Aponta-se que as práticas parecem expressar valores voltados a vinculações afetivas, como também apresentam uma preocupação voltada a resolutividade da questão do adoecimento, com o uso eficaz do raciocínio clínico, dos materiais, exames e procedimentos necessários. Ressaltou-se a falta de representações do objeto enquanto direito do usuário, o que acaba por deixar as ações de humanização sob a escolha individual, retirando o caráter coletivo da efetivação da política, além de subtrair do cidadão seu direito a uma saúde de qualidade. Os usuários, por sua vez, trouxeram opiniões do senso comum que remetiam a aspectos afetivos do cuidado. Avaliaram a assistência, em geral, de forma positiva, principalmente no que concerne à capacidade técnica da equipe em solucionar o problema de saúde do paciente. Acrescentaram algumas questões estruturais que devem ser reorganizadas, principalmente quanto à alimentação e conforto dos familiares. A relação equipe-acompanhante, apesar de ter uma avaliação satisfatória, mostrou alguns impasses, tais como uma falha na comunicação das informações passadas pelos trabalhadores, uma dificuldade na clareza do papel do acompanhante, que acaba gerando conflitos entre essa díade. Os familiares detalharam as diversas nuances de ser cuidadora de uma criança/adolescente em processo de hospitalização, mostrando a dificuldade em exercer esse papel, frente às diversas cobranças que lhe são requeridas, somadas ao potencial estressor do próprio adoecimento de sua criança. Percebe-se que tanto os profissionais quanto os acompanhantes trazem uma visão limitada da humanização, sem uma discussão no âmbito do direito. Faz-se necessário uma oferta de ações que possam promover reflexões e estratégias em humanização tanto para profissionais, quanto para os usuários, no sentido de promover ressignificações no modo de pensar e concretizar a proposta da humanização em saúde.
Abstract: Humanization in health is configured as a process of transformation of the institutional model of health, which seeks to emphasize the values that encourage the autonomy and protagonism of the subjects, the co-responsibility between them, the construction of cooperation networks and collective participation in the process management. Although public policies aimed at humanization have been built, there are still difficulties in their implementation, especially due to the different meanings attributed to this social object. Therefore, the objective of this study was to apprehend the social representations about humanization among health professionals working in pediatrics and the perception of family members accompanying children and adolescents hospitalized about humanized care. For this, a qualitative research was carried out in a university hospital in Paraíba, through semi-structured interviews with twelve professionals and twelve family members. The results, analyzed through thematic categorical analysis, identified that, among professionals, humanization is predominantly represented by individual actions, characterized by a humanitarian nature. The polysemy of the term humanization was evidenced, since it has several anchored meanings. The main elements are related to ethical and relational issues, others, less expressive, are related to scientific aspects, politics and SUS. It is pointed out that the practices seem to express values aimed at affective ties, as well as having a concern aimed at resolving the issue of illness, with the effective use of clinical reasoning, materials, exams and necessary procedures. The lack of representations of the object as a user's right was emphasized, which ends up leaving humanization actions under the individual choice, removing the collective character of the effectiveness of the policy, in addition to subtracting from the citizen their right to quality health. The users, in turn, brought opinions of common sense that referred to affective aspects of care. They evaluated the assistance, in general, in a positive way, mainly with regard to the technical capacity of the team to solve the patient's health problem. They added some structural issues that should be reorganized, especially regarding the food and comfort of family members. The team-companion relationship, despite having a satisfactory evaluation, showed some impasses, such as a failure in the communication of information given by the workers, a difficulty in the clarity of the companion's role, which ends up generating conflicts between this dyad. The family members detailed the various nuances of being a caregiver for a child / adolescent in the hospitalization process, showing the difficulty in exercising this role, in view of the various demands that are required of them, added to the potential stressor of their child's illness. It is noticed that both professionals and companions bring a limited view of humanization, without a discussion within the scope of the law. It is necessary to offer actions that can promote reflections and strategies in humanization for both professionals and users, in order to promote new meanings in the way of thinking and concretizing the proposal of humanization in health.
Palavras-chave: Humanização
Profissionais de Saúde
Representações sociais
Pediatria
Social Representations
Humanization
Pediatrics
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Estadual da Paraíba
Sigla da instituição: UEPB
Departamento: Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Programa: Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde - PPGPS
Citação: PAIVA, Camila Batista Nóbrega. Humanização em pediatria: O que pensam os profissionais e cuidadores. 2020. 84f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde - PPGPS) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2021.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4044
Data de defesa: 23-Mar-2020
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