@PHDTHESIS{ 2021:1848598606, title = {Entre partidas e chegadas: a escrita em fuga de Assia Djebar, no romance "Nulle part dans la maison de mon père"}, year = {2021}, url = "http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4311", abstract = "Uma das temáticas mais discutidas na atualidade são os fluxos migratórios entre diversas nações. Os índices de deslocamentos de indivíduos que saem das comunidades de origem para construírem uma nova vida nas comunidades de recepção sempre foram muito elevados. O estudioso dos fluxos migratórios argelinos Abdelmalek Sayad (1998) situa o imigrante como aquele que deixa o seu país de origem para chegar à elghorba, ou seja, ao exílio, passando a ser percebido como um indivíduo provisório/estrangeiro que, por vezes, é tolerado, mas nunca é aceito como cidadão do país onde se encontra e, assim, se torna um indivíduo sem pátria. Neste âmbito, situamos a escritora argelina Assia Djebar (1936-2015), que imigrou para a França aos dezoito anos, tornando-se escritora, professora de História e cineasta. Nas obras literárias, ela denuncia tanto a subalternização da mulher magrebina, quanto a exploração do seu país, colonizado pela França. Algumas obras da autora podem ser consideradas autoficcionais, o que leva a perceber um estado melancólico causado, provavelmente, pelo incômodo lugar do exílio, alocadas na contradição de serem escritas almejando a liberdade, mesmo que seja na língua do colonizador. Neste trabalho de cunho bibliográfico (GIL, 2008), temos como objetivo identificar como se revela a construção identitária da mulher argelina em trânsitos, no romance Nulle part dans la maison de mon père (2007), da escritora Assia Djebar. Utilizamos, como aporte teórico, além dos estudos de Sayad (1998) sobre a imigração, as reflexões de Aprile (2008) sobre o exílio feminino e o conceito de autoficção, de Serge Doubrovsky (2005), atualizado por Gasparini (2004), e sobre o espaço biográfico, de Leonor Arfuch (2010). Baseamo-nos, também, nos postulados de pulsão de morte, de Freud (1930), bem como nos estudos acerca da memória, de Agostinho (s/d), Bergson (1990), Halbwachs (1990) e de Ricœur (2008) além dos estudos de Fanon (1961), relativos à situação argelina, à época da colonização. Ao longo da análise, identificamos que a retomada de memórias da protagonista Fatima, plena de conflitos e de traumas vividos ainda na terra natal, é narrada em um contexto de exílio, entrelugar onde os sofrimentos são ainda mais aguçados. Essa retomada revela-se como uma estratégia para superar as interdições impostas a ela e à mãe, à severidade do pai – metáfora do olhar abusivo do colonizador francês, em relação ao povo argelino -, ao tolhimento de liberdade e, ainda, à agressão verbal praticada pelo noivo. Assim, a protagonista, que confessa o ofício de escritora, escreve memórias fragmentadas, como uma forma de transgredir, bem como de compreender o entrelugar em que se situa: escritora argelina, escrevendo em língua francesa, em Paris e em Nova Iorque. A leitura desse romance oferece uma visão mais aproximada das dificuldades enfrentadas por uma muçulmana, antes de chegar a um país estrangeiro, nesse caso, a França, favorecendo um olhar de alteridade em relação às mulheres imigrantes. Além disso, a obra permite perceber que a dualidade franco-argelina da escritora Assia Djebar se revela a partir da escrita autoficcional, projetando experiências de vida, na obra literária, recriando-as e transformando-as em ficção.", publisher = {Universidade Estadual da Paraíba}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI}, note = {Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP} }