@PHDTHESIS{ 2020:1813086533, title = {Mash-up literário: releituras do cânone vitoriano e adaptação na HQ A liga extraordinária}, year = {2020}, url = "http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3674", abstract = "Trata-se de um estudo sobre a hexalogia em quadrinhos A Liga Extraordinária, roteirizada por Alan Moore e ilustrada pelo artista Kevin O’Neill. Essa história em quadrinhos (HQ), publicada originalmente de 1999 a 2019, propõe a utilização de personagens egressos de outras autorias, já em domínio público, de modo a engendrar uma miscelâneas de enredos da Literatura vitoriana e eduardiana como uma obra nova, formalizando o que se chamará de um mash-up literário. Essa desterritorialização de enredos e personagens leva ao questionamento em torno do quê ou sobre quem resta do autor após sua obra ingressar no instituto do domínio público. Mediante as interconexões entre os enredos canônicos em A Liga Extraordinária, buscou-se levantar as visões de mundo da personagem Mina Murray, uma espécie de guia por essa viagem caleidoscópica, outrora coadjuvante no romance Drácula, de Bram Stoker, tornada agora protagonista; e identificou-se os limites entre a prosa e o quadrinho dentro dos distintos modos como as adaptações acionam os modos “contar”, “mostrar” ou “interagir” com as histórias. Por meio de pesquisa bibliográfica, estabelece-se que o escritor Alan Moore transita em universos ficcionais pré-estabelecidos e que sua linha de trabalho perpassa estilos de escrita, gêneros e suportes multivariados, sem se apropriar de nenhum e, ao mesmo tempo, de todos, dando azo a uma discussão sobre a função-autor (FOUCAULT, 2006) e sobre a paratopia do autor (MAINGUENEAU, 2001). Em seguida, utiliza-se as noções de Hutcheon (1985; 2011) sobre paródia e adaptação para propiciar entendimentos acerca das dobras engatilhadas quando propriedades intelectuais em domínio público são reacomodadas na HQ em comento. Através da teoria do cronotopo de Bakhtin, busca-se compreender a teia de eventos dessa HQ, bem como a continuidade nova, muito além das obras canônicas, em face das questões sobre a morte da arte (ECO, 2016) como base para compreender a ojeriza de Moore diante das demandas do mercado editorial mainstream global. Na HQ, isso surge a partir da imortalidade de Mina, que atravessa o século XX e além, tornando-se peça central no palco de uma suposta degradação ou nulidade cultural nessas duas primeiras décadas do século XXI. Então, ao longo do estudo percebe-se que esta personagem ganha uma sobrevida, sendo prolongada para além do romance original e sendo ressignificada como porta-voz de discursos construídos por Moore ao longo da carreira em meio a palimpsestos de outras suas criações femininas, seja pela atitude sexual libertária, seja pelo afastamento de temores e preconceitos para com os tipos estranhos ou estrangeiros. A tese a que se chega permite dizer que o domínio público consolida uma exacerbação do princípio foucaultiano sobre o desaparecimento do autor, notadamente no que se refere ao, assim chamado, mash-up literário, procedimento que erige a HQ.", publisher = {Universidade Estadual da Paraíba}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI}, note = {Centro de Educação - CEDUC} }