@MASTERSTHESIS{ 2019:1796457487, title = {A experiência de mulheres em situação de rua: uma análise interseccional}, year = {2019}, url = "http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3579", abstract = "Este estudo se propôs a analisar a experiência de mulheres em situação de rua, tendo como referência a perspectiva de interseccionalidade, considerando os marcadores sociais da diferença gênero, raça, classe e sexualidade. Com a finalidade de realizar esta análise, busquei apreender os condicionantes que levaram essas mulheres a viver em situação de rua; compreender os imbricamentos das categorias da diferenciação (gênero, raça, classe e sexualidade) que atravessam a experiência das mulheres em condição de rua; investigar as estratégias de sobrevivência arquitetadas por essas mulheres; verificar se os serviços direcionados a esse segmento asseguram a garantia de direitos na condição de sujeito marcado pelas diferenças de gênero, raça, classe e sexualidade. Para tanto, tomei a concepção de interseccionalidade entre os marcadores sociais da diferença, reconhecendo sua capacidade de dar conta da complexidade resultante da imbricação dos principais sistemas de opressão – sexismo, racismo, capitalismo – que contornam as relações de exclusão, vivência e sobrevivência das interlocutoras da pesquisa. A pesquisa de campo teve como lócus o Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Centro Pop), situado no bairro Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes/PE, e teve como participantes seis mulheres que acessavam esse serviço. A pesquisa se deu no período de dezembro de 2017 a maio de 2018. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados a observação, o diário de campo, o questionário para seleção de amostra e a entrevista semiestruturada. A análise do discurso foi essencial para a apreciação dos dados coletados, visto que possibilitou o exame da fala das participantes da pesquisa, destacando os sentidos produzidos por elas e considerando as suas condições sócio-históricas. Foi possível identificar que, na condição de classe, o dado em comum está no fato de serem mulheres oriundas de comunidades periféricas, estando, majoritariamente, envolvidas com o uso de drogas ilícitas, especialmente o crack, substância que tem uma relação estreira com a exclusão social no Brasil. Na condição de gênero, tanto as mulheres cisgênero como as mulheres trans foram vítimas de atos violentos que marcaram suas vivências atravessadas pelo medo e pela vulnerabilidade de ser mulher em situação de rua. Relativo às mulheres cisgênero, o elemento em comum está no fato do agressor ser alguém conhecido, já no caso das mulheres trans as agressões foram cometidas por pessoas desconhecidas, sugerindo a transfobia como uma de suas causas. E no que tange à questão de raça, foi constatado que o véu do racismo institucional dificultou a percepção das entrevistadas sobre possíveis situações de discriminação racial. Verifiquei que as estratégias de sobrevivência elaboradas pelas mulheres se entrecruzavam com as experiências de rua e com a tentativa de superar a insuficiência da oferta de políticas públicas. No que diz respeito à avaliação das mulheres acerca do atendimento prestado pelo Centro Pop, as entrevistadas apontaram a necessidade de se realizar melhorias na oferta dos serviços, ampliação do horário de atendimento e instalação de ambientes para descanso diurno e noturno. Reivindicaram a implantação de políticas de moradia, de geração de emprego e renda, como também profissionalização para a população de rua.", publisher = {Universidade Estadual da Paraíba}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Serviço Social - PPGSS}, note = {Centro de Ciências Sociais e Aplicadas - CCSA} }