@MASTERSTHESIS{ 2019:1447977113, title = {O desejo e a perversidade: representação da AIDS nos contos de Moa Sipriano}, year = {2019}, url = "http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3454", abstract = "O presente estudo analisa dois contos on-line contemporâneos de Moa Sipriano, a saber: “Cinema” (2016) e “Treze homens, um destino” (2017), tendo em vista a representação contemporânea da AIDS. Nossa hipótese é de que as duas narrativas constroem uma abordagem da AIDS, reconfigurando antigos valores sobre o desejo homoerótico e suas formas de realização, destacando, sem vitimização, a relação sexual entre sujeitos do mesmo sexo sem nenhum elemento de prevenção, em que o estar contaminado e estar saudável é dividido por uma linha sútil, pela qual ambos os tipos atravessam, como se no instante do ato sexual não houvesse o risco. Assim, destacamos dois elementos: o desejo e a perversidade para observar como elas se configuram nas obras. A perversidade foi compreendida, nas práticas dos personagens, como uma ação que recai em ambos os envolvidos – no sujeito perverso e nas suas vítimas – construindo um tipo de anti-herói. O desejo foi compreendido como potencial de transformação, capaz de atuar sobre os sujeitos, mas também sobre os espaços que transitam, evidenciando a prática da pegação. Para tanto, inicialmente, realizamos uma abordagem histórico-discursiva da AIDS, observando como ela foi representada na cultura e usada para acusar comportamentos sexuais entendidos como promíscuos até alcançar um tipo de representação literária higienizada. Então, partimos para duas categorias da estrutura literária: os personagens e os espaços, pois pressupomos que eles se somam para explorar a temática e destacar aspectos específicos da atualidade. Os personagens de Moa Sipriano são construídos com uma carga sexual elevada, de tal forma que a realização dos desejos supera os mecanismos de autopreservação. Os espaços, por sua vez, são representados, evidenciando as relações sexuais impessoais, casuais e efêmeras, completando o clima erótico e perigoso desenvolvido nos enredos. Os estudos literários de Bessa (2002) e os estudos sociais de Hebert Daniel e Richard Parker (1991) que apontam a necessidade de situar a epidemia no campo dos discursos são nossas bases nesse primeiro momento da pesquisa para contextualizar a AIDS. A partir de então, evidenciamos o comportamento bareback e as implicações ocasionadas nas relações consigo mesmo e com os outros, destacando as novas perspectivas do viver com o vírus HIV de Sáez (2016) e de Bastos (2006) e a prática da pegação, como ação que altera espaços urbanos e formas de ser no mundo, com os estudo etnográficos de Barreto (2017) e Oliveira (2017).", publisher = {Universidade Estadual da Paraíba}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI}, note = {Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP} }