@MASTERSTHESIS{ 2018:2058952803, title = {O Inferno em Patrícia Melo: tendências do realismo, intermidialidade, interculturalidade}, year = {2018}, url = "http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3390", abstract = "Assim, a partir de apreciações metacríticas sobre o conceito de “choque do real” cunhado por Beatriz Jaguaribe (2007) e das reflexões sobre o(s) realismo(s) na literatura contemporânea, analisamos o romance O Inferno (2000) de Patrícia Melo, apontando as diversas tendências do realismo (SCHOLLHAMMER, 2012) que o atravessam, destacando ainda singularidades em obras cinematográficas e literárias que com o romance de Patrícia Melo muito dialogam. A obra O Inferno, como se percebe, traça um diálogo constante com a linguagem dos meios midiáticos e está intercalada ao social, ao cultural e as respectivas ânsias de mercado, e, como destacamos, aspectos como esses aparecem como estimulantes os quais despertam nossas atenções críticas para tratar a rivalidade mimética (GIRAD, 2011) e o princípio de crueldade (ROSSET, 2002) tentando fazer pontes apreciativas que de algum modo ligue a ética à estética. Através do ponto intermidialidade (RAJEWSKY, 2012), onde discutimos as referências intermidiáticas na obra O Inferno, procuramos analisar como o conceito cunhado por Roland Barthes, o efeito do real, vem se consolidando como uma corrente teórica voltada para o realismo contemporâneo, o qual propõe pintar um retrato contundente da sociedade através da intensificação e exacerbação de cenas cruéis as quais passariam despercebidas se não houvesse nelas a presença do choque do real (JAGUARIBE, 2007). Através deste traçado geral, procuramos ainda analisar como a chave teórica do efeito do real vem se consolidando enquanto estruturante do realismo, acreditamos que ele deve ser tomado a partir de um diálogo não só intermidiático, mas também intercultural, como foi sugerido pelo próprio Barthes ao tratar do referido. Por isso, através das contribuições do antropólogo e pesquisador nigeriano Harry Garuba, nós podemos pensar o referido efeito sustentador da estética realista a partir de tendências “não-representativas”, interculturais e afetivas as quais viriam à tona se incorporadas através um real carnavalizado, ou seja, descentralizado, sugerindo uma desvinculação, mas sem rejeição, dos fundamentos genuínos do sentimento de acumulação de conhecimento racional, isso através de uma leitura política voltada para crítica do estatuto do saber colonial e de uma episteme ocidentalizada que atravessa o arcabouço da dita “Escola Realista” desde os clássicos do século XIX. Notadamente, a finalidade da leitura intercultural é deslocar a ideia fixa do que seria o efeito do real no realismo a partir do diálogo com a crítica cultural; deslocá-lo de sua posição de centralidade calcada na estética colonialista eurocêntrica e seu engodo positivo-iluminista, pensá-lo segundo uma dobra deleuzena. Partindo de uma leitura onde o filósofo veio debater uma série de processos de subjetivação, logo viemos a promover uma discussão comparada sobre o realismo contemporâneo brasileiro – em seu aspecto tecnológico e racional – e o realismo em outras culturas, especificamente ameríndias e africanas lembradas por seu traço animista enquanto levante anti-imperialista. Para tanto, um levante contra o saber disciplinar ocidental, instigou dirigir nossa reflexão para pensar o que vem a ser o efeito do real dentro do circuito mundial e policêntrico da literatura, percebe-lo como um produto de peculiar distinção dentro de cada cultura em que ele se manifesta, notando como uma leitura intercultural do realismo também incorpora uma desobediência epistêmica como opção descolonial (MIGNOLO, 2008).", publisher = {Universidade Estadual da Paraíba}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI}, note = {Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP} }