@MASTERSTHESIS{ 2023:1196035034, title = {O trabalho e o trabalho imaterial das mulheres em Dom Casmurro: Capitu, Prima Justina e Dona Glória}, year = {2023}, url = "http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4796", abstract = "O presente trabalho teve por objetivo fazer analisar o trabalho imaterial de três personagens do romance Dom Casmurro (1899), de Machado de Assis, Capitu, Prima Justina e Dona Glória, discorrendo sobre o modo como elas são condicionadas ao mesmo tempo que modificam, através de seu trabalho imaterial, as relações de classe e de gênero no romance. A priori, buscamos quebrar o paradigma da icônica indagação no que concerne à fidelidade de Capitu e, desse modo, afirmarmos que a personagem de Machado é muito mais do que a simples componente de uma polêmica tríade de amores e possíveis traições. Expomos o modo como Capitu modifica todo o ambiente permeado por si e, ainda, alterando o espaço dos copartícipes da obra, cujo pano de fundo é o Rio de Janeiro do fim do século XIX – palco de uma nítida dualidade entre o homem que manda e a mulher que é mandada – espaço de exposição entre os gêneros e suas disparidades apartadas pelo patriarcalismo. Para isto, tomamos como aporte o que nos diz Carole Patemam (2020), Mary Del Priore (2020), Gerda Lerner (2019), Michelli de Perrot (2019) dentre outros. Analisamos, ainda, como Capitu vem sendo, ao longo desses 124 anos, objeto de pesquisas e estudos, porém, em sua esmagadora maioria, lida exclusivamente pelo viés matrimonial. Assim, buscamos certificar que a personagem vai muito além das concepções de sedução e passionalidade. Capitu pode e deve ser dissecada como análise do próprio comportamento humano e, nesse ínterim, podemos desmistificar padrões e arquétipos estereotipados pelo patriarcalismo sobre a mulher oitocentista, chegando à conclusão que a polêmica Capitu vai muito além do que se subtende. E é através de seu trabalho imaterial, na articulação que estabelece com outros personagens inclusive com as outras mulheres da trama, que a heroína do romance modifica as relações. Para tanto, tomamos como base o que afirmam Marx (1985), Lazzarato (2001), Negri (2001), Hardy (2005) e Gorz (2005), os quais asseguram que o trabalho imaterial, na sua subjetividade, é primícia de toda produção humana. Observamos, enfim, o percurso de movimentação e produção das co-protagonistas ao longo da trama e os seus resultados, modificando, assim, as esferas íntimas e sociais nas quais estão inseridas, desatando, de modo concomitante, as amarras tecidas pelas mãos do homem, seja na ficção, seja na realidade.", publisher = {Universidade Estadual da Paraíba}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI}, note = {Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP} }